O autor contou que seu sotaque, típico de pessoas do interior, era motivo de chacota por parte de seu supervisor, que o imitava de forma pejorativa. Ele chegou a ser apelidado de Mazzaropi — em referência ao ator Amácio Mazzaropi, que interpretava personagens caricatos de moradores da roça.
Além disso, o mesmo supervisor chamava o trabalhador de “burro”, “mocinha”, “mão de moça”, “veadinho” e “boiola”, e até mesmo esfregava o seu órgão genital nas nádegas do subordinado enquanto ele lavava a louça.
Uma testemunha apresentada pela ré disse não ter presenciado nenhum tipo de problema com o supervisor, mas duas testemunhas trazidas pelo autor comprovaram as alegações.
Para a juíza Franciane Aparecida Rosa, o tratamento conferido ao funcionário era inadmissível. “Referidas condutas ferem a dignidade e afetam o patrimônio imaterial do trabalhador em diversos âmbitos”, ressaltou ela.
O estabelecimento ainda foi condenado a pagar verbas trabalhistas. O total da condenação chegou a R$ 80 mil. Atuaram no caso os advogados Vitor Moya, Luciana Leopoldino e Willia Peniche. O mesmo supervisor já havia custado à empresa outra condenação por ter coagido outro funcionário a trabalhar além de sua jornada.
Clique aqui para ler a decisão
1001124-11.2020.5.02.0069
Fonte: Conjur
0 comentário